Doente sedado, consciente e ventilado invasivamente: terapêuticas de enfermagem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.37914/riis.v4i1.118

Palavras-chave:

cuidados de enfermagem, cuidados críticos, sedação consciente, respiração artificial

Resumo

Enquadramento: a sedação dos doentes sob ventilação invasiva tem sofrido uma mudança de paradigma, traduzida na utilização de protocolos de sedação ligeira, que possibilite que os mesmos estejam conscientes, sempre que possível. Os enfermeiros, através da implementação de terapêuticas de enfermagem adequadas têm papel relevante nesta transição saúde-doença. Objetivo: identificar as terapêuticas de enfermagem valorizadas pelos enfermeiros de Cuidados Intensivos, no cuidado ao doente ventilado invasivamente, sedado e consciente. Metodologia: estudo qualitativo, exploratório, mediante um focus group, com recurso à análise de conteúdo segundo Bardin. Amostra constituída por seis enfermeiros peritos, especialistas em enfermagem médico-cirúrgica, a exercer, em Serviços de Cuidados Intensivos de quatro hospitais do norte de Portugal. Resultados: emergiram cinco categorias de terapêuticas de enfermagem: redimensionamento da vigilância, gestão da terapêutica, autocuidado (com cinco subcategorias), implementação de estratégias comunicacionais e implementação de estratégias face à agitação/desorientação (com três subcategorias). Conclusões: as terapêuticas de enfermagem à pessoa sedada, consciente e ventilada invasivamente, valorizadas pelos enfermeiros de cuidados intensivos, focam-se no incremento da vigilância dos doentes, na gestão da analgesia/sedação, na promoção do potencial de autocuidado, na implementação de estratégias facilitadoras da comunicação e de estratégias para gestão dos quadros de agitação/desorientação.                                

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Publicado

30-06-2021

Como Citar

Morais, O. M. dos, Mata, C., Fernandes, M. de F., Monteiro, M. de F., Castro, S., Príncipe, F., & Mota, L. . (2021). Doente sedado, consciente e ventilado invasivamente: terapêuticas de enfermagem. Revista De Investigação & Inovação Em Saúde, 4(1), 7–17. https://doi.org/10.37914/riis.v4i1.118

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