Dor no serviço de urgência: fatores que interferem na avaliação e registo
DOI:
https://doi.org/10.37914/riis.v8i2.499Palavras-chave:
avaliação da dor, registos eletrónicos de saúde, enfermagem, serviço hospitalar de emergênciaResumo
Enquadramento: a dor constitui uma experiência subjetiva e multidimensional, frequentemente subestimada no contexto da urgência, o que pode comprometer a qualidade dos cuidados prestados. Objetivo: identificar os fatores que influenciam a avaliação e o registo da dor pelos enfermeiros num serviço de urgência. Metodologia: estudo quantitativo, descritivo e transversal, realizado entre abril e maio de 2024, com uma amostra de 64 enfermeiros. A recolha de dados foi efetuada mediante questionário online e a análise recorreu a estatística descritiva. Resultados: a maioria dos participantes refere possuir conhecimentos adequados sobre a temática e valoriza a formação contínua. A sobrecarga de trabalho foi identificada como a principal barreira à avaliação e ao registo da dor (90,6%), seguida do défice de conhecimentos e da ausência de escalas adequadas à situação clínica da pessoa. As escalas mais referidas foram a Escala Numérica, a Escala de Faces Wong-Baker e a Escala Visual Analógica. Observam-se discrepâncias entre a perceção dos enfermeiros e a prática efetiva. Conclusão: a formação contínua, a padronização de escalas e a inclusão de instrumentos como a Pain Assessment in Advanced Dementia (PAINAD) nos sistemas clínicos são fundamentais para melhorar a gestão da dor. O enfermeiro especialista desempenha um papel essencial neste processo.
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