Resumo
Enquadramento: a violência doméstica é um problema de saúde pública que compreende um conjunto de abusos físicos, sexuais, psicológicos e sociais. A representação social da violência doméstica, enquanto construção social, é um aspeto pouco estudado e a sua compreensão pode mostrar-se significativa na construção de respostas para estas mulheres. Objetivo: conhecer a representação social da violência doméstica sobre as mulheres. Metodologia: desenho qualitativo, do tipo exploratório e descrito, numa amostra não probabilística da população de Oliveira de Azeméis. Para a recolha de dados foi usado um teste de associação livre de palavras com recurso a um questionário. Para tratamento dos dados recolhidos foi utilizado o software informático IRAMUTEQ. Resultados: quando os participantes refletem acerca da violência doméstica sobre as mulheres associam ao medo, sofrimento e dor. É de salientar a elevada frequência dos termos tristeza, vergonha e filhos. A autoestima e a discussão emergem também como relevantes na representação social da violência doméstica. Conclusão: a exploração da representação social da violência doméstica permitiu obter a interpretação dos participantes, evidenciando os aspetos negativos da mesma enquanto vivência penalizadora para as mulheres.
Referências
Alexandre, M. (2004). Representação social: uma genealogia do conceito. Comum, 10(23), 122-138. Retirado. de https://www.sinpro-rio.org.br/site/admin/assets/uploads/files/7e657-gomes_marcos-alexandre-de-souza-representacao-social_-uma-genealogia-do-conceito-comum-23.pdf
Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. (2017a). Estatísticas APAV: Vítimas de Violência Doméstica 2013-2016. Lisboa: Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. Retirado de https://apav.pt/apav_v3/images/pdf/Estatisticas_APAV_Violencia_Domestica_2013-2016.pdf
Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. (2017b). Estatísticas da APAV - Relatório Anual 2016. Lisboa: Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. Retirado de https://apav.pt/apav_v3/images/pdf/Estatisticas_APAV_Relatorio_Anual_2016.pdf
Broch, D., Gomes, V., Silva, C., Gomes, G., & Porto, D. (2016). Violência Doméstica Contra a Mulher: Representações Sociais de Agentes Comunitários de Saúde. Revista de Enfermagem UFPE, 10(10), pp. 3743-50. doi:10.5205/reuol.9667-87805-1-ED1010201604
Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis. (2017). Violência doméstica diminuiu mas exige atenção permanente. Retirado de https://www.cm-oaz.pt/noticias.6/acao_social.15/.a5357.html
Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2018). Tutorial para uso do software IRaMuTeQ. Retirado de IRaMuTeQ: http://www.iramuteq.org/documentation/fichiers/tutoriel-portugais-22-11-2018
Ferreira, S., & Brum, J. (2000). As representações sociais e as suas contribuições no campo da saúde. Revista Gaúcha de Enfermagem, 20, 5-14. Retirado de http://seer.ufrgs.br/index.php/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/4323/2282
Fortin, M.-F. (2003). O Processo de investigação: da concepção à realização. Loures: Lusociência.
Gomes, V. L., Silva, C. D., Oliveira, D., Acosta, D. F., & Amarijo, C. L. (2015). Domestic violence against women: representations of health professionals. Revista Latino - Americana de Enfermagem, 4(23), 718-24. doi:10.1590/0104-1169.0166.2608
Hochman, B., Nahas, F. X., Filho, R. S., & Filho, R. S. (2005). Desenhos de pesquisa. Acta Cirúrgica Brasileira, 20(2), 2-9. doi:10.1590/S0102-86502005000800002
Honnef, F., Costa, M. C., Arboit, J., Silva, E. B., & Marques, K. A. (2017). Representações sociais da violência doméstica em cenários rurais para mulheres e homens. Acta Paulista de Enfermagem, 30(4), 368-374. doi:10.1590/1982-0194201700054.
Instituto Nacional de Estatística. (2011). Classificação Portuguesa das Profissões: 2010. Instituto Nacional de Estatística, IP. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística, I.P. Retirado de https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOESpub_boui=107961853&PUBLICACOESmodo=2&xlang=pt
Merten, T. (1992). O Teste de Associação de Palavras na Psicologia e Psiquiatria. Análise Psicológica, 4(X), 531-541. Retirado de http://repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/1883/1/1992_4_531.pdf
Neto, F. (2001). Noção. Em Psicologia Social. Lisboa: Universidade Aberta.
Sani, A. I., & Carvalho, C. (2018). Violência Doméstica e Crianças em Risco: Estudo Empírico com Autos da Polícia Portuguesa. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 34, e34417. doi:10.1590/0102.3772e34417
Santos, G., & Dias, J. (2015). Teoria das representações sociais: uma abordagem sociopsicológica. Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP, 8(1), 173-187. doi:10.18468/pracs
Tavares, D. W., Brito, R. C., Córdula, A. C., Silva, J. T., & Neves, D. A. (2014). Protocolo verbal e teste de associação livre de palavras. Ponto de Acesso, 8(3), 64-79. Retirado de https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaici
World Health Organization. (2013a). Responding to intimate partner violence and sexual violence against women - WHO clinical and policy guidelines. Geneve, Suiça. Retirado de http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/85240/1/9789241548595_eng.pdf
World Health Organization. (2013b). Global and regional estimates of violence against women: prevalence and health effects of intimate partner violence and non-partner sexual violence. Geneve: World Health Organization. Retirado de http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/85239/1/9789241564625_eng.pdf?ua=1
World Health Organization. (2017). Violence against women: Intimate partner and sexual violence against women. Retirado de http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs239/en/