O Impacto do trabalho por turnos na saúde dos enfermeiros: revisão integrativa
PDF

Palavras-chave

horário de trabalho por turnos; saúde; enfermeiros; saúde do trabalhador

Como Citar

Bamonde, J., Pinto, C., Santos, P., & Couto, G. (2020). O Impacto do trabalho por turnos na saúde dos enfermeiros: revisão integrativa. Revista De Investigação & Inovação Em Saúde, 3(2), 101–110. https://doi.org/10.37914/riis.v3i2.85

Resumo

Enquadramento: o trabalho dos enfermeiros, pela sua natureza e conteúdo integra as dimensões física e emocional, apresentando entre outros fatores de risco, a exposição a turnos, que são frequentemente rotativos e noturnos. Objetivo: avaliar o impacto do trabalho por turnos na saúde dos enfermeiros. Metodologia: no período temporal entre 21-02-2020 e 28-02-2020 realizou-se uma revisão integrativa da literatura através da pesquisa nas bases de dados MEDLINE e CINAHL, tendo sido selecionados artigos publicados até fevereiro de 2020. Foram selecionados artigos publicados nos últimos 5 anos que retratassem o desempenho dos enfermeiros num contexto de trabalho por turnos e avaliassem o impacto na sua saúde. Resultados: as principais alterações detetadas com o trabalho por turnos no desempenho dos enfermeiros foram as alterações do sono, da sua saúde mental, do seu metabolismo e da própria satisfação profissional. Identificaram-se relações estatisticamente significativas (p <0,05) entre horário de trabalho por turnos e depressão, Burnout, qualidade do sono, assim como uma elevada prevalência de perturbação do trabalho por turnos nos enfermeiros. Conclusão: os enfermeiros que trabalham por turnos rotativos noturnos têm maior probabilidade de ter problemas de sono, fadiga, depressão e Burnout, quando comparados com os que têm um horário regular diurno.

https://doi.org/10.37914/riis.v3i2.85
PDF

Referências

Anbazhagan, S., Ramesh, N., Nisha, C. & Joseph, B. (2016). Shiftwork disorder and related health problems among nurses working in a tertiary care hospital, Bangalore, South India. Indian J Occup Environ Med, 20(1):35–38. doi:10.4103/0019-5278.183842.

Black, D. (2012). Work, health and well-being. Safety Health Work, 4:241-242. doi:10.5491/SHAW.2012.3.4.241.

Camerino, D., Sandri, M., Sartori, S., Conway, M., Campanini, P. & Costa, G. (2010). Shiftwork, work-family conflict among italian nurses and prevention efficacy. Chronobiology International. The Journal of Biological & Medical Rhythm Research, 27(5): 1105-1123. doi:https://doi.org/10.3109/07420528.2010.490072.

Campos, M. & Martino, M. (2004). Aspectos cronobiológicos do ciclo vigília-sono e níveis de ansiedade dos enfermeiros nos diferentes turnos de trabalho. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 38(4): 415-421. doi:10.1590/S0080-62342004000400007.

Chin, W., Guo, Y., Hung, Y., Yang, C. & Shiao, J. (2015). Short sleep duration is dose-dependently related to job strain and Burnout in nurses: a cross sectional survey. International Journal of Nursing Studies, 52(1):297-306. doi:10.1016/j.ijnurstu.2014.09.003.

Costa, G. (2003). Factors influencing health of workers and tolerance to shiftwork. Theorical Issues in Ergonomics Science, 4(3-4): 263-288.doi:10.1080/14639220210158880.

Fadeyi, B., Ayoka, A., Fawale, M., Alabi, Q., Oluwadaisi, A. & Omole, J. (2018). Prevalence, predictors and effects of shiftwork sleep disorder among nurses in a Nigerian teaching hospital. Sleep Science Practice, 2 (69). doi:10.1186/s41606-018-0027-x.

Flo, E., Pallesen, S., Magerøy, N., Moen, B. E., Grønli, J., HildeNordhus, I., … Bjorvatn, B. (2012). Shiftwork disorder in nurses-assessment, prevalence and related health problems. PLoSOne, 7(4):e33981. doi:10.1371/journal.pone.0033981

Giorgi, F., Mattei, A., Notarnicola, I., Petrucci, C. & Lancia, L. (2018). Can sleep quality and burnout affect the job performance ofshift-worknurses? A hospital cross-sectional study. J Adv Nurs, 74: 698-708. doi:10,1111 / jan.13484.

Hall, A., Franche, R. & Koehoorn, M. (2018). Examining exposure assessment in shiftwork research: a study on depression among nurses. Annals of Work Exposures and Health, 62 (2). doi:10.1093/annweh/wxx103.

International classification of sleep disorders, revised: diagnostic and coding manual (ICSD-2). (2005). Westchester, IL: American Academy of Sleep Medicine.

Jaradat, Y., Nielsen, M., Kristensen, P. & Bast-Pettersen, R. (2017). Shiftwork, mental distress and job satisfaction among Palestinian nurses. Occupational Medicine, 67: 71-74. doi:10.1093/occmed/kqw128.

Knutsson, A. (2003). Health disorders of shiftworkers. Occupational Medicine, 53:103-108. doi:10.1093/occmed/kqg048.

Lamont, S., Brunero, S., Perry, L., Duffield, C., Sibbritt, D., Gallagher, R. & Nicholls, R. (2017). ‘Mental healthday’ sickness absence amongst nurses and midwives: Workplace, workforce, psychosocial and health characteristics. Journal of Advanced Nursing, 73(5), 1172-1181. doi:https://doi.org/10.1111/jan.13212.

Murofuse, N., Abranches, S. & Napoleão, A. (2005). Reflexões sobre estresse e burnout e a relação com a enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 13(2):255-261. doi:https://doi.org/10.1590/S0104-11692005000200019.

O’Donnell, S., Vanderloo, S., McRae, L., Onysko, J., Patten, S. & Pelletier, L. (2016). Comparison of the estimated prevalence of mood and/or anxiety disorders in Canada between self-report and administrative data. Epidemiol Psychiatr Sci, 25: 360-9. doi:10.1017/S2045796015000463

Ruggiero J. (2003). Correlates of fatigue in critical care nurses. Research in Nursing & Health, 26:434–444. doi:10.1002/nur.10106.

Quinlan, M., Mayhew, C. & Bohle, P. (2001). The global expansion of precarious employment, work disorganization, and consequences for occupational health: a review of recent research. International Journal of Health Services, 31: 335–414. doi:10.2190/607H-TTV0-QCN6-YLT4.

Rebelo, A. (2013). O burnout nos profissionais de equipas multidisciplinares de apoio à medida do Rendimento Social de Inserção, no distrito da Guarda (Master’ thesis, Universidade Católica Portuguesa). Disponível em:https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/13616/1/Tese%20Helena_Rebelo.pdf.

Rossler, W. (2012). Stress, Burnout, and job dissatisfaction in mental healthworkers. European Archives of Psychiatry and Clinical Neuroscience, 262(2): 65-69. doi:10.1007/s00406-012-0353-4.

Ruggiero J. (2003). Correlates of fatigue in critical care nurses. Research in Nursing & Health, 26: 434–444. doi:10.1002/nur.10106.

Santos, R. (2015). Bournout: um estudo em profissionais de saúde (Master’ thesis, Instituto Politécnico de Setúbal). Disponível em: https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/10513/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20de%20mestrado_RebeccaSantos.pdf

Scott, A., Monk, T. & Brink, L. (1997). Shiftwork as a riskfactor for depression: a pilot study. International Journal of Occupational and Environmental Health, 3(2):S2-S9. ISSN:1077-3525

Silva, I., Prata, J. & Ferreira, A. (2014). Horário de trabalho por turnos: da avaliação dos efeitos às possibilidades de intervenção. International Journal on Working Conditions, 7:69-82. ISSN 2182-9535.

Slim, K., Nini, E., Forestier, D., Kwiatkowski, F., Panis, Y. & Chipponi, J. (2003). Methodological index for non-randomized studies (minors): development and validation of a new instrument. ANZ Journal of Surgery, 73(9): 712–716. doi:10.1046/j.1445-2197.2003.02748.x.

South African Department of Health. (2003). OH services for health care workers in the national health service of South Africa. A Guideline Booklet, 1-72.

Spiegel, U., Gonene, L. & Weber, M. (2014). Duration and optimal number of shifts in the labour market. Applied Economics Letters, 21(6):429-432. doi:10.1080/13504851.2013.864027.

Totterdell, P. (2005). Workschedules. In: Barling J, Kelloway E, Frone M. Handbookofwork stress. Thousand Oaks: SAGE Publications. doi:10.4135/9781412975995.n3.

Trbojević-Stanković, J., Stojimirović, B., Soldatović, I.,Petrović, D., Nesić, D. & Simić, S. (2015). Continuing nursing education. Work-relatedfactors as predictors of Burnout in serbian nurses working in hemodialysis. Nephrology Nursing Journal, 42:553-562.

Vidotti, V., Ribeiro, R., Galdino, M. & Martins, J. (2018). Síndrome de burnout e o trabalho em turnos na equipe de enfermagem. Revista Latino Americana de Enfermagem, 26. doi:10.1590/1518-8345.2550.3022.

Weishan, C., Yue Leon, G., Yu-Ju, H., Chiu-Yueh, Y. & Judith, S. (2014). Short sleep duration is dose-dependently related to job strain and burnout in nurses: A cross sectional survey. International Journal of Nursing Studies, 52(1), 297-306. doi:https://doi.org/10.1016/j.ijnurstu. 2014.09.003.

Woo, J. & Postolache, T. (2008). The impact of work environment on mood disorders and suicide: evidence and implications. International Journal on Disability and Human Development, 7(2): 185-200. doi:10.1515/ijdhd.2008.7.2.185.

World Health Organization. (2017). Depression and other Common Mental Disorders. Global Health Estimates. Geneve: World Health Organization.

Creative Commons License

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.

Direitos de Autor (c) 2020 Revista de Investigação & Inovação em Saúde